quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sem ela

Hoje faz 35 anos da morte de Zuzu Angel. E por que é importante falar dela aqui? Simples: Zuzu é uma das inspirações mais incríveis, responsável por lançar “sementes” tão importantes para a moda brasileira.







Nasceu em Minas Gerais, na pequena cidade de Curvelo. Mudou-se para Belo Horizonte e, depois, para a Bahia. Cultura, história, cores e tecidos incorporados em cada um desses lugares agregaram às suas criações um estilo único. A alegria e a riqueza do Brasil, muito bem representadas.
        
No início dos anos 50, mudou-se para o Rio de Janeiro e começou a fazer costuras para fora. Em uma época de grandes estilistas homens, como Yves Saint Laurent e Dior, ela começou a costurar sua história. Zuzu defendeu a bandeira da identidade brasileira, valorizando as produções e a cultura nacionais. Vestidos, saias e blusas inspirados nas simples “mulheres rendeiras”, bordados incríveis do Ceará, pedras brasileiras. Tudo bordado à mão, único.


Já na década de 1970, abriu uma loja em Ipanema e começou a fazer desfiles nos Estados Unidos. Foi justamente nesta década que Stuart, seu filho, sofreu na pele a repressão da ditadura. Ativista, foi preso e morto nas dependências do DOI-CODI. E seu corpo desapareceu. Zuzu iniciou, então, uma nova fase: uma verdadeira guerra, incansável, em busca de explicações. Em busca do corpo de Stuart. E tal momento se refletiu em suas criações.

O filme que conta a sua história (Zuzu Angel, 2006) é incrível. Dirigido por Sérgio Rezende e protagonizado por Patrícia Pilar, traz outros nomes de peso, como Daniel de Oliveira, Paulo betti, Juca de oliveira e Leandra Leal.

Zuzu Angel fez a moda. Mas, acima de tudo, fez uma moda diferenciada, uma “moda mensagem”. Isso é o mais legal. Cada criação, cada peça, cada desfile era, na realidade, uma forma de comunicar ao mundo aquilo que vivenciou. Seja a cultura nacional, defendendo uma identidade da moda brasileira, seja o trauma de perder um filho.

E na madrugada de 14 de abril de 1976, em um acidente de carro – em circunstâncias mal esclarecidas – na Estrada da Gávea, ela partiu.

Só queria agasalhar meu anjo e deixar seu corpo descansar

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