domingo, 24 de julho de 2011

Uakti: um novo arranjo de objetos e sons

A gente fala deles aqui porque criatividade é a peça-chave ;)

Um cano comprido, com uma manivela. PVC cortado. Vidro, “baquetas”. A expectativa no ar: o que vai sair dali? Concentração total. De repente, Villa-Lobos e Mozart embalados por esses objetos estranhos. Grata surpresa!

Fruto de pura experimentação sonora, o grupo mineiro Uakti esteve presente em Juiz de Fora, na última sexta. A apresentação fez parte do 22º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, organizado Centro Cultural Pró-Música.

O Uakti existe há mais de três décadas e carrega em sua história várias composições e adaptações. Parcerias importantes com Milton Nascimento, Maria Bethânia, Ney Matogrosso, Skank e Zélia Duncan, além de tantas outras internacionais, marcaram a história do grupo e levaram seus sons para mais longe. Um som único, que já foi propagado através de dez discos.

Dá para acreditar que, na hora, minha câmera estragou? (imagens: divulgação)

Mas o grande diferencial é mesmo o talento e a criatividade na hora de buscar materiais para a elaboração dos instrumentos. A ideia veio na década de 1960, quando Marco Antônio Guimarães visitou a Bahia e teve contato com as grandes experimentações sonoras da época. Começou, então, a criar instrumentos a partir de elementos inusitados. Pouco tempo depois, durante a criação da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Marco Antônio conheceu os outros músicos que ajudariam a criar o Uakti: Paulo Santos, Artur Andrés e Décio Ramos. Vidro, tubo de PVC, borracha, madeira, cabaça e roda de bicicleta tornaram-se matéria-prima. Reciclagem de materiais e também de instrumentos antigos.

Desde então, eles vem encantando pessoas de todas as idades e gostos. Em Juiz de Fora, o show reuniu crianças, adultos e idosos na Igreja do Rosário. Na hora da apresentação, quase como um mantra, sons se repetiam e aos poucos se misturavam, guiando pensamentos, sensações. Às vezes, vontade de dançar. A rapidez e a precisão das mãos dos músicos provocam um efeito de quase hipnose. Fantástico!

Sopros, dedilhados e toques. Sobretudo toques. Em meio ao ritmo, harmonia e melodia, o que se destaca mesmo é a percussão. Um detalhe bem legal: o Uakti esteve presente na trilha sonora do filme de Fernando Meireles, (igualmente incrível) Ensaio Sobre a Cegueira.


Os instrumentos, peças preciosas!
(Duas fotos aí do meu celular!)

A única crítica? A igreja não era o lugar ideal para a apresentação. Faltou um palco. Faltou deixar os músicos à vista de todos. Em uma apresentação em que o grande barato é perceber uma nova forma de “tocar” qualquer material, faltou dar a chance a todos de realmente enxergar o que se passava. Mas a audição fez sua parte. Participar de uma apresentação dessas é uma sorte! Fica a dica ;)

Para ter uma ideia melhor, bom é ver um vídeo!






2 comentários:

  1. Babei... é talento puro e arte que deixa qualquer um boquiaberto!!!!
    Parabéns pelo post e que delíia deve ter sido estar numa apresentação como esta ao vivo!!!

    Um bjo grande pra vc!

    www.diariodequase30.blogspot.com

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  2. Incrível, né?
    A experiência de ouvi-los é super bacana. Quando souber que vai ter show, não perde, viu? =)

    Beijo pra você também ^_^

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